sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Você ama ao próximo?


"Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo"

Você já se perguntou alguma vez se está cumprindo esse Mandamento de Deus, que resume todos os outros?

Outro dia, fiquei pensando a respeito disso, principalmente na segunda parte que está em negrito.
Amar a Deus é fácil, ou pelo menos deveria ser, até que você se depara com o "sobre todas as coisas". Sim, todas as coisas envolvem além de coisas, as pessoas, inclusive aquelas bem próximas da sua família: esposa, marido, filhos, mãe, pai, etc... É para se pensar. Mas eu gostaria de falar sobre a outra parte: "amar ao próximo como a si mesmo". Essa parte, talvez seja mais difícil e eu pude comprovar há pouco tempo.
Estava andando pela calçada, bem apressado, pois tinha que voltar ao meu trabalho e já estava em cima da hora, quando um homem me chamou e perguntou se eu tinha um minuto para ele. Putz! meio a contragosto, parei e consenti com o olhar que ele falasse. Então ele começou a dizer que estava na rua por não ter casa para morar, que não tinha emprego e que estava muito cansado dessa vida. A roupa que usava, tinha acabado de ganhar de uma assistente social e falou também que talvez eu o conhecesse das ruas porque ele vendia objetos feito com latinhas de alumínio, como motos e panelinhas de pressão para sobreviver. Eu havia comprado um desses objetos para ajudá-lo, a menos de uma semana, não sei se ele se lembrava de mim ou não.
O que me chamou mais a atenção é que ele falava alto, não só para eu escutá-lo, mas para quem passasse por lá também. E praticamente gritava que estava cansado e que precisava dar um jeito nessa situação, não aguentava mais viver assim e estava decidido a mudar de vida.
Pediu dinheiro porque precisava ir para outra cidade aqui perto e enquanto eu pegava um trocado ele repetia que assim não dava mais, isso não era vida e que não aguentava mais.
Eu dei o dinheiro e concordei com ele, que viver assim não é bom para ninguém e que ele tinha direito a uma vida melhor. Desejei boa sorte e ao mesmo tempo rezava pedindo que Deus o abençoasse e cuidasse da vida dele.
Continuei meu caminho e fiquei pensando naquele pobre homem e nas suas dificuldades. Passei boa parte do dia pensando nisso. A todo instante aquela história vinha a minha mente, tanto é que quando cheguei em casa ao anoitecer, contei pra Rê o que tinha acontecido com todos os detalhes.
Ela me ouviu e então falou que o que aquele homem queria era conversar, desabafar. Por morar na rua e estar sempre sujo, provavelmente ele não tinha amigos e nem com quem conversar. Meu Deus! era isso mesmo. Nesse instante caiu a ficha e eu percebi que havia feito errado. Eu mal dei atenção a ele porque estava com pressa e embora concordasse e contribuisse com um trocado, não fiz o que era necessário: parar e conversar com ele, fazer com que ele se sentisse acolhido.
A Regina teve muita sabedoria nessa hora para me corrigir e tenho certeza de que ela foi inspirada pelo Espírito Santo, pois ela foi falando e eu percebendo que agi errado.
Ela me falou de alguns dias antes, quando eu trouxe um cachorro perdido para casa e de como nós cuidávamos do animal com todo carinho e tempo necessários, mas para dar atenção a um irmão de rua era impossível, pois não sobra tempo para conversar... doeu muito no meu coração, mas ao mesmo tempo foi bom porque quando somos corrigidos com amor, não esquecemos e agora tenho certeza de que não agirei mais assim.
Eu não amei o próximo como a mim mesmo, ou seja, não reconheci Jesus naquele irmão de rua e que estava tão necessitado de uma simples demonstração de carinho: conversar um pouco, deixar que ele desabafasse e então dar um conselho, rezar com ele, fazer com que ele se sentisse melhor. Bom, é um pecado que cometi e agora preciso me confessar e não fazer mais isso. Tenho rezado por ele, para que encontre seu caminho e comece uma vida nova, mas também senti a necessidade de postar aqui para que quando alguém ler essa história, possa aprender e não fazer errado como eu.
Lembre-se sempre que Jesus está presente no próximo, nas pessoas e que devemos amá-los assim como a nós mesmos.
Deus te abençoe!

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