Deus nos surpreende sempre, mesmo na dor.
Foi em março de 2001, mais precisamente, num domingo.
Morávamos em São Paulo e meus pais em Itanhaém. Apesar de ser perto, não nos encontrávamos com tanta freqüência, pelo menos, da maneira como gostaríamos que fosse. Sabe como é, cada um com seus compromissos, a correria do dia a dia, falta de tempo e falta de dinheiro também.
Eu estava desempregado há um mês mais ou menos e aí, nessa situação, por mais que se queira é difícil não esquentar a cabeça e manter a serenidade. A Rê também estava desempregada e como pagávamos aluguel e com três filhos em casa, você pode imaginar como estávamos nos sentindo. Apesar de toda essa situação, sempre fomos muito unidos e para não desmoronar, buscávamos força na igreja, nas missas.
Chegamos em casa após a missa da noite e a Rê me perguntou se eu não iria ligar para a minha mãe (foto), pois já fazia mais de duas semanas que não conversávamos. Acho que intimamente eu gostaria de ligar quando tivesse boas notícias, como um novo emprego, por exemplo. Mas resolvi ligar e foi muito bom. Não sou de ficar muito tempo ao telefone, mas nesta noite, conversei por mais de uma hora. Minha mãe estava preocupada conosco e eu tentava acalmá-la, pois ela já tinha preocupações demais com os filhos (tenho quatro irmãos e apenas um solteiro que morava com ela), com meu pai (ambos estavam nervosos por causa de uma grande dificuldade na empresa deles), com as contas a pagar, enfim, com tudo aquilo que nos atormenta em nosso cotidiano.
Consegui que ela se acalmasse e a conversa fluiu muito bem. Lembramos de várias situações da minha infância, de quando eu era bem pequeno e ela me levava de mãos dadas à escola, quando mudamos para Porto Alegre e moramos lá durante seis anos, do acidente de carro que ela e meu pai sofreram e ela levou mais de cem pontos no rosto, do meu casamento, de quando ela se tornou vovó, enfim, demos muitas risadas, mas choramos também, emocionados com as dificuldades lembradas e pedimos perdão pelos erros cometidos um contra o outro. Foi uma experiência maravilhosa, nunca tinha feito nada parecido com isso.
Conversamos sobre Deus também, é claro! Minha mãe sempre rezou muito e fez questão que eu e meus irmãos fizéssemos a primeira comunhão e participássemos das missas quando crianças, mas depois que crescemos, ela parou de nos cobrar e como acontece com muitos adolescentes, fomos deixando a igreja de lado... e ela também! Minha mãe passou a rezar somente em casa, até que, finalmente, depois de casado, voltei a freqüentar a igreja e conhecemos a Renovação Carismática Católica e consegui junto com a Rê, levar meus pais de volta à igreja. Participávamos juntos de um grupo de oração até eles se mudarem para Itanhaém. Graças a Deus, eles continuaram participando ativamente, e por isso, era natural que nossa conversa fosse para este lado.
Falamos das maravilhas que Deus havia realizado em várias situações vividas até ali e das que estavam por vir. Lembrei-a de que é sempre melhor mostrar o tamanho do seu Deus para os problemas do que mostrar o tamanho dos problemas para Deus e por fim prometi que antes de dormir iria rezar por ela, pedindo a intercessão de Nossa Senhora para que a vontade de Deus fosse feita.
Desliguei o telefone e estava me sentindo ótimo, reanimado e feliz com tudo que tinha acontecido. Parei em frente à imagem de Nossa Senhora das Graças que temos em casa, ajoelhei-me e rezei, entregando minha mãe nos braços de nossa mãe Santíssima e fui dormir.
No dia seguinte, meu irmão que morava em Itanhaém me ligou às 11 horas mais ou menos, para me avisar que minha mãe havia falecido. Foi um choque horrível! A pior experiência de morte pela qual passei até hoje. Minha mãe sofreu um infarte repentino e fulminante, não deu tempo de ser socorrida, morreu a caminho do hospital.
Foi muito triste e dói demais até hoje. Creio que só quem já passou por isso sabe como é a sensação de ter o cordão umbilical cortado pela segunda vez. Você perde a referência do mundo, o chão se abre, você pensa em tudo e não pensa nada ao mesmo tempo.
Já se foram mais de sete anos e a saudade aperta, torce o coração e dói muito, mas a esperança em Deus e a certeza da ressurreição e de que um dia vamos nos encontrar no céu é maior que tudo e assim, Deus vai curando meu coração.
Hoje vejo que aquele telefonema, a conversa, o pedido de perdão e tudo o que aconteceu, foi um presente de Deus para mim. Foi uma despedida sem que eu soubesse, mas agradeço de coração. Foi um lindo presente.
Meus irmãos, resolvi escrever esta história hoje de propósito, véspera do dia das mães. Eu sei que na verdade, todos os dias são dias das mães, mas isso não importa, o que importa é que você que tem a graça de ter sua mãe viva, deve agradecer a Deus e dar um grande, apertado e delicioso abraço em sua mãe, ou pelo menos telefonar se estiver muito longe dela.
Ninguém é eterno, todos nós vamos passar pela experiência da morte um dia, por isso é necessário que deixemos de lado todas as picuinhas, ciúmes, brigas, invejas ou qualquer problema que você tenha com sua mãe, parentes ou amigos.
Nunca é tarde para pedir perdão. A falta de perdão endurece o coração, nos deixa tristes e a tristeza mata.
Reconcilie-se com as pessoas e viva mais e melhor. Não deixe para amanhã, pode ser tarde demais.
Se você é mãe, deixo aqui um beijo carinhoso, um abraço bem apertado e o desejo de que Deus abençoe a sua vida e de sua família sempre!
Se você não é mãe, beije e abrace a sua com muita alegria, isso fará bem a vocês.
Deus te abençoe!
Foi em março de 2001, mais precisamente, num domingo.
Morávamos em São Paulo e meus pais em Itanhaém. Apesar de ser perto, não nos encontrávamos com tanta freqüência, pelo menos, da maneira como gostaríamos que fosse. Sabe como é, cada um com seus compromissos, a correria do dia a dia, falta de tempo e falta de dinheiro também.
Eu estava desempregado há um mês mais ou menos e aí, nessa situação, por mais que se queira é difícil não esquentar a cabeça e manter a serenidade. A Rê também estava desempregada e como pagávamos aluguel e com três filhos em casa, você pode imaginar como estávamos nos sentindo. Apesar de toda essa situação, sempre fomos muito unidos e para não desmoronar, buscávamos força na igreja, nas missas.
Chegamos em casa após a missa da noite e a Rê me perguntou se eu não iria ligar para a minha mãe (foto), pois já fazia mais de duas semanas que não conversávamos. Acho que intimamente eu gostaria de ligar quando tivesse boas notícias, como um novo emprego, por exemplo. Mas resolvi ligar e foi muito bom. Não sou de ficar muito tempo ao telefone, mas nesta noite, conversei por mais de uma hora. Minha mãe estava preocupada conosco e eu tentava acalmá-la, pois ela já tinha preocupações demais com os filhos (tenho quatro irmãos e apenas um solteiro que morava com ela), com meu pai (ambos estavam nervosos por causa de uma grande dificuldade na empresa deles), com as contas a pagar, enfim, com tudo aquilo que nos atormenta em nosso cotidiano.
Consegui que ela se acalmasse e a conversa fluiu muito bem. Lembramos de várias situações da minha infância, de quando eu era bem pequeno e ela me levava de mãos dadas à escola, quando mudamos para Porto Alegre e moramos lá durante seis anos, do acidente de carro que ela e meu pai sofreram e ela levou mais de cem pontos no rosto, do meu casamento, de quando ela se tornou vovó, enfim, demos muitas risadas, mas choramos também, emocionados com as dificuldades lembradas e pedimos perdão pelos erros cometidos um contra o outro. Foi uma experiência maravilhosa, nunca tinha feito nada parecido com isso.
Conversamos sobre Deus também, é claro! Minha mãe sempre rezou muito e fez questão que eu e meus irmãos fizéssemos a primeira comunhão e participássemos das missas quando crianças, mas depois que crescemos, ela parou de nos cobrar e como acontece com muitos adolescentes, fomos deixando a igreja de lado... e ela também! Minha mãe passou a rezar somente em casa, até que, finalmente, depois de casado, voltei a freqüentar a igreja e conhecemos a Renovação Carismática Católica e consegui junto com a Rê, levar meus pais de volta à igreja. Participávamos juntos de um grupo de oração até eles se mudarem para Itanhaém. Graças a Deus, eles continuaram participando ativamente, e por isso, era natural que nossa conversa fosse para este lado.
Falamos das maravilhas que Deus havia realizado em várias situações vividas até ali e das que estavam por vir. Lembrei-a de que é sempre melhor mostrar o tamanho do seu Deus para os problemas do que mostrar o tamanho dos problemas para Deus e por fim prometi que antes de dormir iria rezar por ela, pedindo a intercessão de Nossa Senhora para que a vontade de Deus fosse feita.
Desliguei o telefone e estava me sentindo ótimo, reanimado e feliz com tudo que tinha acontecido. Parei em frente à imagem de Nossa Senhora das Graças que temos em casa, ajoelhei-me e rezei, entregando minha mãe nos braços de nossa mãe Santíssima e fui dormir.
No dia seguinte, meu irmão que morava em Itanhaém me ligou às 11 horas mais ou menos, para me avisar que minha mãe havia falecido. Foi um choque horrível! A pior experiência de morte pela qual passei até hoje. Minha mãe sofreu um infarte repentino e fulminante, não deu tempo de ser socorrida, morreu a caminho do hospital.
Foi muito triste e dói demais até hoje. Creio que só quem já passou por isso sabe como é a sensação de ter o cordão umbilical cortado pela segunda vez. Você perde a referência do mundo, o chão se abre, você pensa em tudo e não pensa nada ao mesmo tempo.
Já se foram mais de sete anos e a saudade aperta, torce o coração e dói muito, mas a esperança em Deus e a certeza da ressurreição e de que um dia vamos nos encontrar no céu é maior que tudo e assim, Deus vai curando meu coração.
Hoje vejo que aquele telefonema, a conversa, o pedido de perdão e tudo o que aconteceu, foi um presente de Deus para mim. Foi uma despedida sem que eu soubesse, mas agradeço de coração. Foi um lindo presente.
Meus irmãos, resolvi escrever esta história hoje de propósito, véspera do dia das mães. Eu sei que na verdade, todos os dias são dias das mães, mas isso não importa, o que importa é que você que tem a graça de ter sua mãe viva, deve agradecer a Deus e dar um grande, apertado e delicioso abraço em sua mãe, ou pelo menos telefonar se estiver muito longe dela.
Ninguém é eterno, todos nós vamos passar pela experiência da morte um dia, por isso é necessário que deixemos de lado todas as picuinhas, ciúmes, brigas, invejas ou qualquer problema que você tenha com sua mãe, parentes ou amigos.
Nunca é tarde para pedir perdão. A falta de perdão endurece o coração, nos deixa tristes e a tristeza mata.
Reconcilie-se com as pessoas e viva mais e melhor. Não deixe para amanhã, pode ser tarde demais.
Se você é mãe, deixo aqui um beijo carinhoso, um abraço bem apertado e o desejo de que Deus abençoe a sua vida e de sua família sempre!
Se você não é mãe, beije e abrace a sua com muita alegria, isso fará bem a vocês.
Deus te abençoe!
2 comentários:
poxa! que história de vida ehn!?
me emocionei! Obrigada por proporcinar um espaço como este onde pessoas como vocês tecem redes e ajudam a Deus resgatar homens!
beijos
Andréia
Olá Andréia, seja bem vinda e escreva sempre.
Acreditamos que o testemunho pode servir de exemplo para o crescimento espiritual das pessoas, além disso, as maravilhas que Deus realiza não podem e não devem ficar escondidas.
Beijos e que Deus te abençoe
Postar um comentário