domingo, 18 de maio de 2008

Aconteceu... Amigo, um tesouro valioso!


Falar de amigos é sempre bom. A amizade verdadeira é um presente de Deus.


Na Bíblia está escrito:


"...Um amigo fiel é uma poderosa proteção: quem o achou, descobriu um tesouro.
Nada é comparável a um amigo fiel; o ouro e a prata não merecem ser postos em paralelo com a sinceridade de sua fé.
Um amigo fiel é um remédio de vida e imortalidade; quem teme ao Senhor, achará esse amigo.
Quem teme ao Senhor terá também uma excelente amizade, pois seu amigo lhe será semelhante". (Eclesiástico - 6,14)

Como a Rê já falou de um casal muito amigo, vou aproveitar para falar de outro grande amigo que conhecemos há pouco mais de dez anos, mas parece que o conhecemos desde crianças, devido ao afeto e aproximação que temos com ele. O padre Gilmar. Nós o conhecemos no início de 1998 em São Paulo, no Parque São Domingos. Gilmar era seminarista e veio morar na casa paroquial para estudar Filosofia e Teologia. Como participávamos de tudo na igreja, fomos nos conhecendo e a música acabou nos aproximando bastante, porque ele tocava violão e nós começamos a cantar nas missas. Nossa amizade se fortaleceu, ele freqüentava nossa casa e passou a ver de perto as dificuldades que enfrentávamos, principalmente a financeira. Ele poderia muito bem ter se esquivado, pois era somente um irmão da comunidade, sem dinheiro e aparentemente sem ter o que fazer neste caso, só poderia rezar. Pois bem, ele rezava mesmo, muito e também nos ajudava com conselhos, palavras, orações e não deixava que ficássemos desanimados. Sempre insistia para irmos à missa durante a semana para termos força e não desistir e, graças a Deus, íamos todas as noites. A tribulação naquela época foi intensa e dolorida. Eu e a Rê estávamos desempregados, com três filhos pequenos e pagando aluguel, ou melhor, tentando pagar. Faltava quase tudo: luz num dia, água no outro (por falta de pagamento), mas a Providência de Deus sempre chegava na hora certa. Ganhávamos roupas, alimentos e tudo que necessitávamos para viver. Não era da maneira que queríamos, pois seria mais fácil se tivéssemos um bom emprego e comprássemos tudo, mas Deus deixou que naquele momento fosse diferente e que contássemos com a ajuda das pessoas. Foi humilhante, doído, mas necessário para nosso crescimento e o Irmão Gilmar ajudou muito e sempre nos lembrava de que um dia tudo isso ia passar, pois Deus estava no comando e não queria nosso sofrimento. O ponto culminante aconteceu quando estávamos devendo quase cinco meses de aluguel e alguém da imobiliária foi nos avisar de que estavam entrando com o processo de despejo, pois não era mais possível esperar pelo pagamento atrasado. Quase entramos em desespero! O que fazer? Para onde correr? Como arrumar dinheiro? E nossos filhos? Não podíamos ir para a rua com três filhos pequenos. Fomos à igreja e conversamos com o Irmão Gilmar, choramos junto e rezamos insistentemente até o final da missa e depois continuamos lá, nos bancos da igreja, sem saber o que fazer e ainda chorando. Eu me lembro que estávamos nós três, eu, a Rê e a Thaís, nossa filha que era bem pequenininha, o Irmão Gilmar e mais atrás, no fundo da igreja, três mulheres que entraram para rezar. Eu estava cansado e tinha chegado no meu limite para aquela situação e fui até a capela do Santíssimo, ajoelhei-me em frente ao Sacrário e disse para Jesus que eu não agüentava mais, que não dava mais para suportar e como não tinha como pagar o aluguel que estava desistindo de tudo, de rezar, de ir à igreja e que iria embora para esperar ser despejado. E tudo isso eu disse chorando muito, desabafando com Deus, abrindo meu coração como nunca havia feito antes. Levantei e fui chamar a Rê para irmos embora, mas o Irmão Gilmar estava preocupado conosco e não queria que saíssemos de lá assim, tão nervosos e continuava pedindo para termos fé que Deus iria agir. Nesse momento, as mulheres que estavam rezando no fundo se aproximaram e disseram que ouviram boa parte da nossa conversa e perceberam que era grave a nossa situação. Pediram também que aguardássemos dez minutinhos que elas voltariam para nos ajudar. Bem, para quem estava esperando há tanto tempo, dez minutos não era nada, e ficamos ouvindo o Irmão tentando nos acalmar. Logo em seguida as mulheres chegaram com seus maridos e com o padre Donizete e para nossa surpresa, chegaram com a ajuda que precisávamos. Os maridos confirmaram com o padre quem éramos, a situação em que nos encontrávamos e juntos, resolveram pagar os aluguéis atrasados. Foi impressionante! Um verdadeiro milagre em nossa vida. Passamos do inferno ao Céu em minutos. Imediatamente, me dirigi a capela e fui, muito arrependido e sem graça, retirar tudo que havia dito minutos antes para Jesus. Continuava chorando, só que agora era de alegria. No dia seguinte, logo pela manhã, fui à imobiliária com o Jaime (um dos maridos) e pagamos tudo. E como Deus sempre faz a obra completa, eles continuaram pagando nosso aluguel até que eu arrumasse um emprego, o que de fato aconteceu alguns meses depois.

Milagres acontecem para aqueles que acreditam. Se você está passando por um momento difícil, que parece sem solução, não se desepere, acredite, Deus está vendo tudo e não te abandonará. Coragem! Deixo aqui um agradecimento especial ao padre Donizete e a esses casais que muito nos ajudaram: Jaime e Ângela, Walter e Marli, Lelo e Sílvia e claro, ao querido amigo Gilmar que hoje é padre graças a Deus. Sem sua fé e força acho que não conseguiríamos. Que Deus o abençoe sempre!


"Amigos são para sempre, como Eterno é nosso Deus. Como amigos diremos até breve e não adeus".

2 comentários:

Inês disse...

Vi o blog de voces...blog do Pe. Joãozinho e vim conhecer.
Sim milagres acontecem...é preciso contar!!!

Maria Inês

Marcos disse...

Olá Inês, seja bem-vinda ao blog. Sim, milagres acontecem de fato e quando acreditamos eles se tornam mais constantes.
Um abraço!

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